domingo, 4 de julho de 2010

Etanol e sustentabilidade

Jornalistas da ABIAUTO – Associação Brasileira de Imprensa Automotiva, visitam maior usina de cana-de-açúcar do mundo





A história do etanol no Brasil ganhou expressão no final da década de 1970, com os incentivos do Programa Proálcool. Com a experiência adquirida no processo produtivo e manuseio da cana-de-açúcar, a retomada do consumo se acentuou a partir de março de 2003, quando foi lançado no país o primeiro automóvel com motorização flexível, o VW Gol 1.6 Total Flex.

Desde então os veículos flex tem batido recordes de emplacamentos –atualmente cerca de 80% do total da frota de veículos novos no Brasil é formada por veículos com motorização flex--, consolidando definitivamente a preferência do consumidor pelo etanol, e tornando essa tecnologia um dos maiores incentivos para a redução de emissões de CO2 na atmosfera.

Reconhecendo a importância da produção e utilização do etanol no cenário econômico nacional e mundial, a ABIAUTO, Associação Brasileira de Imprensa Automotiva, promoveu a visita de seus associados à Usina São Martinho, em Pradópolis, Ribeirão Preto, maior processadora de cana-de-açúcar do mundo e uma das maiores produtoras de etanol do país.

Combustível de qualidade
Único biocombustível do mundo reconhecido como ´biocombustível avançado`, o etanol brasileiro produzido de cana-de-açúcar foi reconhecido este ano por uma das principais entidades ambientais do mundo, a Environmental Protection Agency, do governo dos Estados Unidos. Segundo Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, UNICA, é um reconhecimento respeitado mundialmente, que não foi concedido a outros tipos de etanol, inclusive o próprio etanol americano produzido a partir do milho.

Segundo a entidade, o etanol brasileiro recebeu essa classificação por reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 61% se comparado com a gasolina, enquanto que o etanol americano, de milho, reduz as emissões em apenas 20%. A certificação contribuiu para que até mesmo tradicionais competições automobilísticas, como a Indy Car Series e a Stock Car, passassem a utilizar o etanol de cana-de-açúcar fornecido pelas usinas associadas à ÚNICA como combustível oficial dessas categorias.

Este ano, todas as emissões de carbono ligadas à corrida de abertura da temporada 2010 da Fórmula Indy, a São Paulo Indy 300, realizada em circuito de rua na capital paulista em março, serão compensadas pelo plantio de mais de 23 mil árvores na maior usina processadora de cana-de-açúcar do mundo, a Usina São Martinho.

A maior usina do mundo
Fundada em 1937, o Grupo São Martinho possui três unidades produtivas, sendo duas em São Paulo (usina São Martinho, em Pradópolis – Ribeirão Preto e usina Iracema, em Iracemápolis – Limeira) e uma em Goiás (usina Boa Vista, em Quirinópolis – Goiânia). Além disso, o Grupo mantém uma unidade industrial, a Omtek, localizada em Iracemápolis que está em operação desde 1990.

Produtora de açúcar, etanol e energia elétrica, o Grupo São Martinho está entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Além disso, também é considerado referência no setor pelo seu alto índice de mecanização da colheita que é de 82%, chegando a 100% na usina Boa Vista.

Na safra de 2009/2010, a usina São Martinho registrou o recorde brasileiro de moagem de cana-de-açúcar em uma única unidade, o que a colocou no posto de maior usina do mundo com a marca de 8,1 milhões de toneladas de cana processada. A capacidade de moagem do Grupo atinge hoje cerca de 14 milhões de toneladas de cana. Na safra 2009/2010 o Grupo moeu o total de 12,9 milhões de cana, resultando em, aproximadamente, 702 mil hectares de açúcar, 594 milhões de litros de etanol e 158 mil MWh de energia elétrica.

Ainda em 2010, o etanol anidro do Grupo São Martinho recebeu a certificação Greenergy Bioethanol Sustainability Programme, emitida pela empresa inglesa Greenergy International Ltda, fornecedora líder de biocombustível no Reino Unido. Além de confirmar a qualidade e seriedade do programa de Gestão de Sustentabilidade da empresa, o certificado atesta que o etanol é produzido da forma mais sustentável possível e que minimiza a emissão de gases de efeito estufa, colocando o Grupo em um patamar elevado nos padrões europeus de sustentabilidade.

Você sabia?
Para encher um tanque de combustível de 45 litros de etanol é necessário moer meia tonelada (500 kg) de cana-de-açúcar?

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